Rupaul’s Drag Race – primeiras impressões do melhor reality show!

Depois de inúmeras investidas por todos os lados, finalmente comecei a assistir RuPaul’s Drag Race – amigos, esse momento chegou! O reality show que busca a nova American Next Drag Superstar nasceu em 2010 e é idealizado, produzido e apresentado pela famosa drag queen RuPaul. Ícone da cultura americana e LGBT, o seriado acumula prêmios e tem uma audiência imensa e fiel que está a 10 anos acompanhando a maior disputa de Drag Queens do mundo! Para surpresa de ninguém, cai completamente nas graças e magia desse universo, até então, desconhecido por mim.

Sendo uma ávida consumidora de cultura pop, obviamente já havia me deparado com o programa de RuPaul incontáveis vezes – seja com notícias no instagram, novos jurados das temporadas e amigos fascinados que comentavam sempre. Com 9 temporadas regulares, e vários spinoffs, o reality show acumula muita história e gera certa preguiça para iniciantes nerds que gostam de ver tudo e acompanhar. Decidi, nesse mês, superar essa bobagem e me entregar ao universo das drags queens, e eu não poderia ter saído dessa experiência mais apaixonada por todas elas!

rupaul's drag race 1 temporada

Como qualquer público médio e ignorante no assunto, meu maior contato com o mundo drag era a Pabllo Vittar. Por meio dela e do encantando que sempre despertou em mim, fui conhecendo mais desse universo rico, entendendo como funciona ser Drag Queen, onde elas se encaixam na comunidade LGBT, e aprendendo aos pouquinhos toda essa complexidade. Lorelay Fox é outra personalidade importante no despertar do meu interesse e instrução. E, realmente, não é fácil para quem vive numa bolha padrão entender tudo de uma vez, mas quando você abre essa porta e a sua cabeça, é impossível não se encantar.

Durante a primeira temporada de RuPaul, muitas dúvidas que eu tinha do assunto foram se esclarecendo, pois, o show tem toda essa preocupação em não só entreter, mas também mostrar essa realidade marginalizada. Primeiro choque foi a versatilidade e o talento das meninas, elas sabem fazer absolutamente TUDO! As referências criativas são fantásticas, a criação complexa da personagem, a identidade que assumem em cada detalhe é hipnotizante. Logo no segundo episódio que já estava investida completamente no programa e vi que seria um caminho ser volta. RuPaul adquiriu mais uma fã e feliz que tem temporadas mil para eu assistir e não vai acabar tão cedo hahaha.

O reality é composto por desafios temáticos semanais, na qual uma sai vencedora, e uma é eliminada. Esses desafios são os mais diversos possíveis, tendo que a drag mostrar toda a sua versatilidade em diversas atividades e provar ter “charisma; uniquenss; nerve and talent”. As provas são hilárias, e, ao mesmo tempo tensas e super elaboradas, e o resultado final, que sempre envolve um desfile das drags, é julgado por RuPaul, dois jurados fixos, e dois convidados da semana. Se você tem experiência com Project Runaway (amo!!), o seriado segue a mesma linha.

RuPaul's Drag Race Art Show Opening Night Gala

RuPaul é a rainha dos jargões, e toda a frase que sai da sua boca vira, intencionalmente, um hit. Com certeza você já se deparou com algumas das clássicas frases “Shantay, you stay” e “sashay away”, porém, durante os episódios, outras frases incríveis foram descobertas por mim e, agora, me encontro feliz em ter acoplado o dialeto RuPaul ao meu vocabulário! RuPaul tem um carisma surreal, sua presença é única e marcante, e tudo que faz é sempre com doçura e muita identidade. Quando aparece montada pronta para o show, é um dos pontos altos dos episódios e parece quase uma entidade inalcançável.

Falando especificamente desta temporada, a primeira da história e a única que eu assisti até agora, já é evidente todo o potencial da série. Transmitida em 2009, há 10 anos atrás, é chocante como a tecnologia mudou de lá para cá, sério haha. Tudo parece muito mais antigo, e, claro, tem a ver com o orçamento também. A moda, a qualidade da filmagem, o estilo das roupas e das músicas, tudo é absolutamente diferente dos dias de hoje, o que me causou espanto no primeiro momento. Em 2010 eu estava ainda no ensino médio, e realmente as coisas naquela época eram muito diferentes, mas não lembrava que tanto assim, foi um choque ver a minha idade ali também haha.

rupaul's season 1

Logo no primeiro episódio eu já consegui definir a minha favorita e a que eu nutria menos simpatia, o que foi se intensificando ao longo da temporada. É difícil torcer só para uma, pois elas te conquistam demais, mas é fácil você reconhecer o estilo de drag queen que gosta – e sim, elas podem ser bem diferentes e ter estilos plurais, o que faz parte da identidade da personagem. Nina Flowers era claramente a melhor e quem discorda está errado, ponto. Eu vibrava muito com ela, adorava seu estilo andrógeno punk, a ousadia e o sotaque carregadíssimo de espanhol. Ela era uma fofa, e botava uma presença e medo ao mesmo tempo. Nina Flowers eu te venero!

Com essa favorita, eu gostei muito mais do trabalho criativo extravagante, de ver a pessoa realmente virar outra, dessa transformação de identidade, de levar o lado lúdico ao extremo, e criar uma verdadeira ilusão fantasia – por isso amei, também, Bebe Benet e a Ongina. E, consequentemente, eu não conseguia criar tanta conexão com Rebecca (aff) e Akashia, também. Além de eleitas as verdadeiras bitches da temporada (com um pouco de razão), elas têm um trabalho drag mais voltado para o realismo, e me peguei não sentindo tanto o impacto da transformação e da criatividade. Mas isso é totalmente subjetivo e pessoal. Achei, sim que Rebecca estava sendo favorecida e impliquei do começo ao fim com ela haha.

É muito fácil torcer e se envolver com os dramas das personagens. Me peguei tomando partido nas alfinetadas entre elas, criticando jurados, e, principalmente, rindo muito. Eu não imaginava todo esse universo mágico e lúdico, o quanto isso é importante para elas e o que realmente significa ser uma drag queen. Muita coisa mudou desde a estreia de RuPaul e as drags estão cada vez mais em alta, e, sinceramente, é disso que o mundo precisa: pessoas que não tem medo de colocar seu alter-ego para fora, de ser quem são, de se expressar ao máximo (Madonna sabe das coisas). Não é fácil, e me emocionava muito com as histórias das meninas que contavam com apoio dos pais, ou não, que enfrentavam preconceitos, doenças e tudo. É uma vida difícil, e por isso são incrivelmente corajosas e terem escolhido o caminho mais difícil, mas que podem ser plenamente elas.

RuPaul's Drag Race

Agradeço a todos que me incentivaram a entrar de cabeça no universo drag, e dizer que vocês estavam certos: é óbvio que eu ia amar muito! Finalmente entendi toda a hype entorno do Lip Sync, que é totalmente justificável e eu queria resolver meus problemas dessa forma – posso fazer em entrevista de emprego? The Geek Drama vai ter muito mais conteúdo sobre RuPaul, eu vou ficar insuportável com isso agora, e, meu único pedido é CONTROLEM-SE, pois eu vi uma temporada, lutando contra spoilers haha. Trilha sonora que gruda na cabeça, emoções a flor da pele – contei que eu tremia vendo a final? -, uma cultura maravilhosa marginalizada e pessoas encantadoras e muito talentosas, RuPaul’s Drag Race é tudo isso mesmo, um fenômeno importante, lindo e que merece toda atenção do mundo.

Não podia terminar sem falar que, como se não bastasse tudo isso, ainda tem um episódio bônus dedicado a LAVAÇÃO DE ROUPA SUJA. Eu, como uma grande adoradora de reality shows e barracos televisivos, não poderia ter saído mais satisfeita desse momento. Jade, rainha sem defeitos, colocou suas angustias e indignações para fora e eu batia palma para tudo. Shannel, bem peituda, expos seus dramas e, sinceramente, não sei até agora se gosto dela ou não haha. RuPaul, você é um gênio, perfeito, obrigada por esse momento e por me proporcionar o melhor do entretenimento – drags batendo boca e Nina Flowers sendo a melhor pessoa possível em qualquer ocasião.

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Uma resposta para “Rupaul’s Drag Race – primeiras impressões do melhor reality show!”

  1. […] Um clássico da cultura LGBT, e da infância – pelo menos é quando me recordo desse filme. Nele, vamos acompanhar as aventuradas de duas Drag Queens, Mitzi e Felicia, e de uma mulher transgênero, Bernadette, oferecendo seu show singular de Cabaré itinerante pelo deserto. O filme é de 1994 (um ano iluminado) e tem uma narrativa divertida e inovadora para época. Como disse, assisti quando crianças e minha memória me traiu, ótima oportunidade para rever – visto meu recente vício em RuPaul! […]

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