Uma amizade que acabou por causa de política – ou mais ou menos isso.

O que é necessário para romper a Liga da Justiça e criar uma rivalidade entre as pessoas mais poderosas do planeta? Em Injustiça vamos ver grandes amizades se deteriorarem e os perigosos da polarização de ideias. Uma HQ muito atual e que despertou meu interesse em gibis de super herois.

A série de quadrinhos Injustiça é originária do jogo de vídeo game homônimo lançado em 2013. O jogo (de lutinha hihi) foi elogiado pelos fãs e pela imprensa especializada devido sua história – e virou uma hype enorme – o que levou a demanda por uma saga de quadrinhos a respeito. Apesar das diferenças entre as duas mídias, e disso não posso aprofundar pois nunca joguei, o cerne da narrativa é o mesmo.

Tudo começa com o Coringa, claro! Cansado de seus planos contra o Batman sempre fracassarem e ele acabar preso, o vilão decide mudar um pouco de alvo, e mira o Superman! Num plano extremamente cruel e bem orquestrado, Coringa, de uma única vez, tira as duas coisas mais importantes do herói: Louis Lane, sua esposa grávida, e Metrocity, a cidade que ele tanto ama e protege.  Transtornado, possuído pelo ódio e pela dor, Superman não hesita e mata (!!!) o palhaço de uma forma brutal e violenta – e, de quebra, culpa o Batman (que está indignado com a ação do amigo) de nunca ter resolvido esse problema antes, tendo que as coisas chegarem a esse ponto!

É nesse momento que Superman percebe como, de fato, deve usar seus poderes. Cansado de obedecer a leis e ordens que não foram o suficiente para proteger sua família, ele desperta em si um lado autoritário, e resolve que é obrigação dele impor a paz no mundo. Nessa sua nova empreitada, o kriptoriano consegue apoio de parte dos seus amigos da Liga da Justiça, em especial a Mulher Maravilha, e juntos, começam a se meter em todos os conflitos do planeta. Nisso ele assume sua identidade secreta ao mundo e proclama um cessar fogo mundial – e vai pessoalmente resolver os conflitos que não deram ouvidos ao seu pedido, impondo-o a força. Em oposição temos o Batman, que acha que eles não podem se meter no curso natural da humanidade como deuses, tem um limite a ser respeito por todos. Na base da conversa e planinhos secretos, Batman, e o grupinho que ficou do seu lado, tenta dissuadir o outros dessa ideia ditatorial.

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Esse foi o primeiro gibi da DC Comics que eu li e devo dizer que me surpreendeu muito! Ele tem um ritmo acelerado, então acontece muita coisa em pouco tempo, quase não dando espaços para a gente respirar. O que no começo parece uma discussão de pessoas com pontos de vista diferentes, em questão de páginas toma proporções gigantescas – com consequências dolorosíssimas – e, sinceramente, não me esperava tão apegada aos personagens.

O roteiro traz uma história atual e que propõe discussões profundas. Apesar de existirem dois lados, ambos são apresentados com prós e contras, com nuances que dificultam a escolha de um só. É cheio de embates psicológicos e morais, não apenas no âmbito político, mas também no que tange a família, os amigos e as crenças e princípios pessoais. É um quadrinho com decisões corajosas e brutais que não te prepara para elas. Vou elencar as minhas impressões mais fortes, sem spoilers.

Antes, porém, gostaria de dizer duas coisinhas sobre uma breve busca que realizei. A primeira, e principal motivo da pesquisa, é que eu precisava saber se eu tinha AMADO por ser meu primeiro contato e não tinha um filtro, ou se realmente era uma boa história, e a segunda opções venceu. Injustiça é uma HQ super elogiada por pessoas da área e umas das melhores narrativas ever do universo DC Comics – não sei se isso é bom para minha experiência, pois comecei com padrões altíssimos agora haha. Segunda coisa é que essa história não faz parte do universo regular, ou seja, o que acontece nesses gibis não tem consequência em nenhuma história em andamento dos personagens, ela é uma coisa totalmente separada – diferente do que foi guerra civil para a Marvel, e que os efeitos desse conflito estavam nos gibis regulares dos herois. Isso ajuda a história pois permite o roteirista ter mais liberdade tanto em movimentar os herois no universo, quanto em mata-los (hehe), sem ter que ter uma grande reunião big deal etc – e por isso fica mais fácil ser corajoso, a história depende de uma pessoa e não de várias.

Dito isso, vamos ao que mais me impactou no quadrinho. O primeiro ponto foi a amizade do Batman e do Superman – eles eram tipo muito BFF, ao ponto do Clark convidar Bruce para ser padrinho de seu filho. E, ao longo das páginas, vamos testemunham o quão próximos eram, e, portanto, o abismo que vai sendo criado entre eles. Amizades fortes e bonitas sendo desfeitas é algo que mexe muito comigo, então eu SOFRIA vendo os dois brigarem, e desejava a cada página que pudessem simplesmente conversarem e resolver. Foi uma amizade que me surpreendeu, pois não sabia que ela existia nesse nível de intimidade, mas que também acabou com meu coração.

Já que estamos falando do Batman, gostaria de dizer que ele é um saquinho a maior parte do tempo hihi. Eu sempre gostei muito do personagem, e apesar de ter ciência de que é bem egoísta/individualista, nos quadrinhos isso foi elevado a quarta potência. O cara não compartilha o plano que envolve o time com o próprio time!! Ele reúne os poucos que estão contra Superman, mas não conta tudo que sabe, não conta o que planeja, fica só no mistério – haja paciência! Me dava nervoso num momento de união o cara querer ser herói sozinho – mas eu entendo que é algo totalmente Bruce Wayne. Era só um desabafo de quem realmente não sabia o tão dramático que ele poderia ser haha (Batman, ainda te amo, chorei com você).

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Na história temos a presença constante da Mulher Maravilha, e ela me fez ficar pistola do começo ao fim, se preparem.  Primeiro que existe a possibilidade de um romance entre ela e Superman (por parte de paixonite dela) – ODIEI, pior casal, isola isso deuses dos quadrinhos. E aí se dá outro problema, como isso é jogado logo nas primeiras páginas, a sensação que fica é que ela está fazendo tudo isso para agradar o kriptoriano e se aproximar e consolá-lo, e o lance de manter a paz no planeta é uma “desculpa” para isso. E, gente, Mulher-Maravilha NUNCA ia contra seus princípios e ideias por causa de macho, francamente. Não é uma, não são duas passagens que isso transparece, são várias. Para agravar, temos a outra possibilidade: ela ter tomado as dores da perda do alienígena e ter ficado cega por causa da emoção – mais um estereótipo horrendo de mulher e que NÃO PODE SER a Mulher-Maravilha – ela é ponderada.

Isso fica tão claro que, além de ela ser uma extremista na causa autoritária, o próprio Batman diz que Diana está fora de si. Tem uma situação com o Aquaman que é patética, e eu tive que fechar o livro e descarregar a minha pistola em alguém porque eu não podia crer no que eu lia. E não é um acontecimento isolado, tem uma parte que ela se faz de vítima para Superman, criando um conflito, que me dá um negócio lembrar. Eu não conheço a personagem nos quadrinhos e, mandando a real, eu nunca fui uma grande fã. Isso mudou depois do filme, que, como todo mundo, eu amei porque ele é incrível. Mas lendo o gibi eu fiquei desiludida – a maior super heroína de todos os tempos é alguém que faz coisas por causa de macho. NÃO ACEITO – roteirista, assim você me enfurece.

Por fim, gostaria de exaltar a presença da MULHER GAVIÃO aka minha heroína DC preferida por motivo nenhum – e que no quadrinho é Moça Gavião e não sei se existe realmente uma diferença. Eu fiquei muito feliz que ela é até alguém de destaque na história. Eu também AMEI a Arlequina (cada dia gosto mais dessa mocinha), adorei conhecer Arqueiro Verde e a Canário Negro! Vários personagens eu nem sabia que existiam, mas eles são brevemente apresentados e isso não prejudicou em nada a história – topo o LOBO que é uma figura peculiar haha. Então, se você, assim como eu, nunca leu uma HQ DC Comics, pode pegar essa que dá para entender tudinho!

Por fim, falando brevemente dos aspectos técnicos: o quadrinho foi escrito por Tom Taylor e conta com arte de Jheremy Raapack, Mike S. Miller, entre outros (incluindo uma MULHER, menção honrosa para Diana Egea). A versão que li é o compilado encadernado do ANO UM publicado pela Panini – aqui no Brasil já estamos no Ano Dois, e nos EUA já acabou e vai até o Ano Cinco, e sim, pretendo super continuar porque acaba com cliffhanger. Por ter vários desenhistas e colorista no time, a arte varia conforme passam-se os capítulos – é uma diferença perceptível, mas que a mim, leiga no assunto, não incomodou.

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A única coisa que incomodou foram algumas artes especificas – tenho plena consciência de que sou eu implicando com o estilo comic de ilustração que vem desde 1920, mas vou falar. Todos os herois são ULTRA musculosos – incluindo as mocinhas, a Mulher Maravilha parece a Gracianne Barbosa intensified. Além de todos os homens ter a mesma cara e o mesmo corpo e você só conseguir diferenciar pelo uniforme. Gente, o Flash, na minha cabeça, era um menino, mas ali ele é musculosão e tem cara de maduro. O mesmo para Damien, mocinho de 13 anos que parece um desenho de qualquer heroi feito numa escala menor haha. As cores e o desenho em si são lindos, mesmo, mas isso em especifico incomodou um pouco, desculpa haha.

Enfim, esse tem tudo para ser um dos maiores posts do blog, mas, com essa escrita passional eu espero ter despertado o interesse em vocês a se aventurarem nessa HQ – e em outras. Por muito tempo achei que não fosse gostar de gibis de super herois, mas eu não podia estar mais enganada. Felizmente esse ano abri meu coração a essa mídia (por que não passa um filme sem eu assistir hehe) e devo dizer que a wishlist já está gigante.

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