Vamos falar sobre Spider Man: Homecoming, o novo filme do Aranha, que foi produzido por dois estúdios, que marca a integração do herói no universo cinematográfico da Marvel e que tem esse título ambíguo que eu achei bem representativo haha. E vou um pouquinho além, e falar da minha relação com esse personagem e tudo o que isso significa para mim.
Primeiro, o filme. Eu amei muito, de verdade! É bom deixar claro que eu tenho quase certeza que iria gostar de qualquer coisa que tivesse o Homem Aranha. Dito isso, o filme é muito leve, divertido, engraçado, não se leva muito a sério e é bem fofo, deixa o coração quentinho (o coração de quem gostou, pelo menos, porque se você não gostou talvez congele para sempre o seu). Talvez, inclusive, ele até seja divertido demais e tenha esquecido de uma carga dramática, de um momento coração apertado sem risos. É um filme muito colegial, com o Peter compatível com a proposta de idade pela primeira vez nas telinhas, e com amigos e colegas bem legais, principalmente o Ned e Michelle (beijo, Zendaya). Peter tem dramas adolescente plausíveis, acredito que todo mundo se identifica com alguma de suas crises e dilemas.
Porém, o filme inteiro estava no trailer como previsto. Sério, todas as cenas importantes já foram mostradas e a história seguia mais previsível do que o desejável. Marvel, meu anjo, vamos melhorar esses trailers? Vocês estão errando um tanto nesse quesito né? Dito isso, ouvi também alguns críticos falando sobre Tony Stark ser um Deus Ex Machina (resolução inverossímil dada a um problema dramático – obrigada, google) e eu tenho de concordar. Não vou me alongar sobre isso por motivos de spoilers, mas podemos dizer que Tony dá um empurrãozinho no roteiro sim.
Falando em Tony Stark, e toda as indústrias Starks que fizeram a roupa e os gadgets do nosso amado protagonista … porque tanta tecnologia? O legal do Homem Aranha é seu instinto, é o improviso, a diversão, as gambiarras geniais produzidas em casa (como a teia, no filme) e não possuir um traje quase igual ao Homem de Ferro. Fora aquele notebook na aula, na qual ele era o ÚNICO aluno que tinha um. O Peter Parker, que vende o almoço para comprar o jantar, com aquele notebook. Aquilo ali pegou, foi rápido, um detalhe, mas que doeu no meu coração.
Tom Holland é um ótimo Peter Parker/Homem Aranha, a gente segue sem surpresas porque eu já estava muito na hype dele para o papel e eu fiquei satisfeita demais, amei!! (e não, eu não irei fazer uma tabela comparativa de cada um dos aranhas, porque né, exaustivo, subjetivo, todos tem prós e contras). Michael Keaton, no entanto, a gente pode dizer que ele se esforça para ser o Abutre, mas ele é um ator complicado né, não tenho uma opinião formada haha (vocês notaram a semelhança do Abutre com Birdman? Riggan não conseguiu fugir de mais um filme do pássaro no final das contas, não é? Perdão por isso, eu amo Birdman haha). A Tia May eu também tenho umas ressalvas, porque ela não parece exatamente uma tia? E talvez porque ela quase não aparece no todo, e achei que podia rolar uma aprofundada nesse personagem que é essencial para história.
Dito muito mais do que pretendia e menos do que penso, eu adorei o novo Homem Aranha, é um ótimo filme e minha hype foi correspondida. Fez com que eu ficasse envolvida, imersa, e esquecesse o mundo fora daquela sala de cinema e todas suas preocupações, e desse boas risadas, alguns “awwwn” e sentisse amor – assim como todos os outros. Com certeza vou assistir 1389 vezes como os outros homens aranhas antes desse. E agora que eu vou explicar um pouquinho do que é esse personagem na minha vida.
O ano é 2002, Thais com seus 8 aninhos foi ao cinema assistir ao Homem Aranha pela primeira vez. Eu já havia ouvido falar dele, é claro, mas nunca tinha visto nada, lido nada, era só um nome na minha cabeça. Até esse dia, eu acredito que nunca tinha assistido a nenhum filme de super herói. Até que esse dia mudou a minha vida, e eu fiquei apaixonada pelo Homem Aranha, sofri a morte de Tio Ben, aprendi que “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”, que seu amigo pode ser um fura olho, que o pai do seu melhor amigo pode ser um vilão maníaco, e que as pessoas odeiam o que não conhecem. Podem imaginar que essa ingênua criancinha saiu encantada do cinema, com os olhinhos brilhando e com um mundo inteiro aberto na sua frente.
Desde de então, assisti a todos os filmes do Homem Aranha no cinema, e amei cada um deles. “Até aquele do Venom? não tem como você ter gostado daquilo” eu adorei, sozinha, mas adorei. Andrew Garfield? Amei também. Sei que tem coisas ruins, sei que alguns não são filmes bons, mas eu gosto, porque ele me faz bem, me faz feliz, me deixa calma, faz com que eu me sinta acolhida.
Desde que eu descobri universo da Marvel, universo da DC, herois etc, eu sei que o Homem Aranha é meu super herói preferido. Eu nunca li os quadrinhos, e não gostava muito da animação, então, para mim, o filme é a base de tudo (e talvez o wikipedia né haha). Então sim, é meio aleatório, meio avulso e inexplicável essa fixação no Peter Parker. Mas a maioria das coisas na nossa vida são assim, não é? A gente cria um carinho inesperado, e aquilo se torna o nosso porto seguro.
Quando eu estava na faculdade, sem conseguir um único estágio, recém operada, e só tinha aula a noite, com a autoestima um pouco abaixo do fundo do poço, eu assistia ao Homem Aranha TODOS os dias. Sim, eram 5 dias por semana assistindo a esses filmes. Às vezes ele só estava passando enquanto eu fazia um trabalho de alguma matéria ou arrumava a casa. Mas Peter Parker estava ali comigo, e não deixava tudo ficar tão solitário e sozinho.
Costumo sempre dizer que Peter e eu seríamos ótimos melhores amigos. Não importa qual versão dele você esteja assistindo, a gente vive os mesmos dramas (talvez não você, Andrew Garfield e seu skate descolado). Pessoas invisíveis no colégio que sempre estão estudando, tirando notas boas, mas fazendo zero amigos, sendo zoado por ser “nerd esquisito certinho”, e tem uma grande ausência de traquejo social e não sabem interagir casualmente com pessoas – especialmente o crush haha (fora que Peter é fotografo, e eu sempre achei isso A COISA MAIS LEGAL DO MUNDO!). Isso não passou em branco no novo filme, porque eu, de novo, me via nos dilemas de Peter, eu sabia exatamente como ele estava se sentindo. E eu, de novo, me senti abraçada, me senti acolhida, e compreendida (mesmo um tanto longe do colégio agora).
Quando a minha paixão pelo Spider Man nasceu, há 15 anos atrás, não era “normal” meninas gostarem tanto do Homem Aranha, então não tinha nada dele para mim, e as meninas que me cercavam ao longo dos anos, com claríssimas exceções, não tinham esse interesse por ele também, ou quando tinham era algo “quero que o Homem Aranha me beije de cabeça para baixo também” e não era essa a questão de tudo. E eu vou falar uma coisa: era bem difícil (não vou entrar nesse assunto agora porque isso é uma questão imensa para mim), mas meu amor por Homem Aranha era algo que era meio que só meu – não é um crush no cara que salva o dia, é muito maior que isso.
O Homem Aranha abriu a porta de um universo que, hoje, é uma grande parte de mim. E não foi fácil aceitar essa parte e falar para todo mundo que eu amava histórias de super herois, que eu podia dizer que eu era uma nerd, e que isso não era um “luxo” dos garotos. Que eu realmente preferia ver um cara jogar umas teias por Nova York do que assistir a um filme do Nicholas Sparks. Assistir aos filmes do Spider Man me ajudou a aceitar algumas partes de mim. E se hoje eu fico mega empolgada com um novo filme da Marvel, fico horas na internet pesquisando sobre as joias do infinito, lendo teorias, descobrindo personagens e assistindo séries, tudo isso, é porque um dia, a Thais de 8 anos entrou naquele cinema para ver pela primeira vez Peter Parker ser picado por uma aranha.
3 respostas para “Nosso amigo, o Homem Aranha.”
[…] uma eurotrip. Para muitos faltou um tom sombrio de resolução desses problemas, mas, como vimos em Homecoming, não é essa a vibe dos filmes do […]
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[…] Aranha – De Volta ao Lar: Fiz resenha, eu adoro, meu herói (homem) preferido. Tom Holland é excelente e consegue traduzir o personagem […]
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[…] sobre o Homem Aranha há cerca de um ano e meio atrás. Na ocasião eu tinha acabado de assistir De Volta ao Lar e estava mega empolgada com o terceiro reboot do herói nos cinemas. Muita coisa mudou de lá para […]
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